quarta-feira, 23 de abril de 2014

Patê de azeitona

          Estava eu na casa de um de meus colegas por via de métodos desonestos e digamos que foi meio legal. Bom. Vamos por partes: foi desonesto porque os pais de meu amigo não exatamente sabiam que eu estaria na casa deles naquela hora e digamos que não foi muito conveniente, posto que era a despedida da prima dele que iria para a República Tcheca.

          Aquele lugar era uma típica festa de despedia com todos parentes e um amigo inconveniente (eu). Um grande almoço que ninguém queria ser o primeiro a se servir, mas todos queriam comer. O que acontece é que tinha aqueles aperitivos para poucos e ninguém tinha vergonha de encher o bucho com eles. Um pouco de queijo e torradinhas sem gosto, mas no meio daqueles canapés convencionais tinha um patê de azeitona inimaginavelmente delicioso. Com alho, uns temperos verdes e ovo cozido para dar consistência.

     Acontece que o meu amigo farsante ficou facinado no patê e começou a cantar: pateee de azeitonaaa, pateeee de azeitonaaaa.
           E então, um homem, o mais valente, o mais corajoso e bravo dos homens obteve 20 segundos de coragem insana e comida no seu prato. Depois de muita luta contra minha vergonha e obstáculos, tive uma história de superação. Comi.

Um comentário:

  1. Muito legal, Théo. O tema dos meios e dos fins deve ser finalizado, uma questão de coesão, mas a narrativa está ótima. Falta um verbo na frase final.
    Lu

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